Caros irmãos em Cristo,
Há precisamente um mês, a população da Madeira foi surpreendida pela força implacável da natureza que colheu dezenas de vidas provocando um enorme rasto de destruição. Muitas habitações, fruto do suor do trabalho de longos anos, foram completamente arrasadas. Muitas famílias ficaram sem os seus bens essenciais e sem os meios de subsistência. O temporal transformou os sonhos, as histórias e as vidas, em memórias dolorosas que ferem o coração.
A freguesia do Monte, situada ao alto da cidade do Funchal, foi uma das mais atingidas por este aluvião. Diante deste cenário desconcertante, as pessoas não sabiam a quem recorrer. Um manto de angústia e desânimo envolvia toda a população.
A comunidade cristã começou, desde logo, a recolher bens alimentares e vestuário distribuindo-os pelos mais afectados, gerando um movimento de solidariedade que a todos encorajava a recomeçar.
As necessidades são muitas; tantas como os rostos concretos de cada pessoa que perdeu amigos, família e bens essenciais.
O projecto “Agarremos a Madeira” é, para nós, uma mão estendida que nos faz erguer e um apelo de esperança. A dor partilhada torna-se graça.
Na vossa iniciativa vemos a afirmação do profeta Isaías na primeira leitura deste domingo: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes?».
Obrigado por pensarem em nós, obrigado pela vossa ajuda.
Pedimos a bênção de Deus e a intercessão de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira, para toda a vossa Vigararia.
P. Giselo Andrade
Pároco do Monte
20-03-2010
